Do Choupal até à Lapa...!

Coisas do dia a dia... o que nos aborrece... e especialmente, o que nos provoca um sorriso!

domingo, agosto 22, 2004

De Férias!

Fui de férias. Uma semana. Soube a pouco, mas este ano não dá para mais…
Resolvemos, com um grupo de amigos, ir até à Tunísia, aproveitando aquelas promoções das agências de viagens! Ao início dão tudo, tudo, mas depois, “ah! Afinal não têm direito a isto… aquilo…”.
Saímos daqui, do nosso belo Portugal, em direcção à Tunísia, paraíso turístico, via “Air Luxor”. Podem dizer o que quiserem, mas a geralmente horripilante comida de avião até que é boazinha nas companhias aéreas portuguesas…
Chegámos a Monastir (estância turística) e tivemos que levar com uma viagem de quase 2 horas até ao nosso destino, com uns míseros 30 e tal graus, às 2h da matina.
Lá chegamos, finalmente, ao nosso destino paradisíaco. Grande confusão… os quartos não estavam distribuídos, pessoas sem quarto, 5 adultos numa suite apelidada de maravilhosa pelo recepcionista, mas só com 3 camas...
Mas lá se resolveu tudo às 6 e meia da manhã.
De resto foi correndo tudo bem, não podíamos era sair da bela estância, ou iríamos entrar dentro de uma cidade que mais parecia ter sido bombardeada segundos antes. Por mais estranho que pareça, a maioria das casas fora das metrópoles, não têm janelas, apenas apresentando algumas grades… para haver algum arejamento… Algumas também não tinham telhado… Mas lá arranjavam um lugarzinho para instalar a bela da antena parabólica. Na capital, foi tudo muito diferente. Mais “europeia”, se é que este adjectivo existe… Numa frase curta: muitas buzinas de automóveis e ruas minúsculas e labirínticas de comércio… Foi o que deu para ver.
E muito mais coisas para contar, mas para isso estaria aqui horas.
Com dia da partida chegou o sentimento contraditório de saudades de casa, mas também a vontade de ficar mais uns dias. Mas lá regressámos.
À chegada ao aeroporto Francisco Sá Carneiro, que é um belo nome para aeroporto… é sempre bom um aeroporto ter o nome de um homem que morreu de desastre de avião… lá estivemos à espera das malas e a pensar numa francesinha à moda do Porto, que naquela altura ia cair tão bem.
Lá fomos comer, mas ainda tínhamos de fazer uma viagem em direcção a sul, até chegar a casa. Chegámos a Campanhã e fui até à casa de banho.
E lá estava o nosso belo Portugal: 50 cêntimos para utilizar o belo trono branco!

terça-feira, agosto 03, 2004

Um início...

Algum dia tinha que ser... por isso que seja hoje. Porquê não sei, mas achei que devia ser hoje. Assisti a algo que me emocionou. Não que actualmente não me comova com muita coisa. Acho que é difícil, nos dias de hoje, e com tantas desgraças a entrarem-nos pela "porta" electrónica todos os dias... Bom, mas voltando ao que me emocionou hoje... Entrei em casa, por volta das 17h. Fui até à sala e comecei a ouvir na rua o som de um microfone que me entrava pela janela. Como pessoa curiosa que sou, resolvi esperar para ver o que dizia um senhor, engravatado, a um microfone, perto de um mercado improvisado cá na cidade. De repente, comecei a ouvir e a associar palavras a uma pessoa. Falava-se de cravos, revolução, canções, canção de Coimbra, Coimbra dos estudantes. E finalmente concluí (não que fosse muito difícil) que estavam a falar do Zeca. Zeca Afonso. Grândola, amigo, balada, Maria Faia, Dorme menino... Todas estas palavras começaram a penetrar na minha massa cinzenta e a recordar os meus tempos teenager, quando nos juntávamos numa tasca naquela cidade eterna... Coimbra... e cantávamos Zeca, entre outros. E por fim começou-me a cair uma lágrima. Depois outra e outra. Talvez por pensar que é uma pena estarem apenas cerca de 20 pessoas, não mais, numa homenagem, onde seria justo estarem centenas, milhares, a assistirem. E no final entoaram numa só voz: Grândola Vila Morena. E assim se criou mais uma rua, numa cidade do centro deste nosso Portugal: a Rua Zeca Afonso.