Um início...
Algum dia tinha que ser... por isso que seja hoje. Porquê não sei, mas achei que devia ser hoje. Assisti a algo que me emocionou. Não que actualmente não me comova com muita coisa. Acho que é difícil, nos dias de hoje, e com tantas desgraças a entrarem-nos pela "porta" electrónica todos os dias... Bom, mas voltando ao que me emocionou hoje... Entrei em casa, por volta das 17h. Fui até à sala e comecei a ouvir na rua o som de um microfone que me entrava pela janela. Como pessoa curiosa que sou, resolvi esperar para ver o que dizia um senhor, engravatado, a um microfone, perto de um mercado improvisado cá na cidade. De repente, comecei a ouvir e a associar palavras a uma pessoa. Falava-se de cravos, revolução, canções, canção de Coimbra, Coimbra dos estudantes. E finalmente concluí (não que fosse muito difícil) que estavam a falar do Zeca. Zeca Afonso. Grândola, amigo, balada, Maria Faia, Dorme menino... Todas estas palavras começaram a penetrar na minha massa cinzenta e a recordar os meus tempos teenager, quando nos juntávamos numa tasca naquela cidade eterna... Coimbra... e cantávamos Zeca, entre outros. E por fim começou-me a cair uma lágrima. Depois outra e outra. Talvez por pensar que é uma pena estarem apenas cerca de 20 pessoas, não mais, numa homenagem, onde seria justo estarem centenas, milhares, a assistirem. E no final entoaram numa só voz: Grândola Vila Morena. E assim se criou mais uma rua, numa cidade do centro deste nosso Portugal: a Rua Zeca Afonso.
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