Biocombustíveis: uma faca com bicos bem afiados
Os biocombustíveis têm sido badalados na comunicação social como os salvadores do mundo no que refere à sustentabilidade dos combustíveis fósseis, ao elevado preço do petróleo e também como factor crucial para a diminuição da poluição atmosférica (entre outras, claro).
Actualmente, os países da América latina são os seus grandes fãs, o que já levantou algumas preocupações a nível sócio-económico. Isto porque, embora venham a contribuir para a substituição do petróleo e de todos os malefícios que daí advêm, com preços bastante mais baixos, vão fazer disparar o preço de tudo o que é matéria-prima para a sua produção.
O problema reside mesmo neste último facto. O relator especial da ONU para o direito à alimentação, John Ziegler, já chamou a atenção para a consequência desta utilização massiva e que fará com que produtos essenciais para a alimentação das populações atinja preços bastante elevados. Para que tal não aconteça, Jonh Ziegler propôs uma moratória de 5 anos para que não seja possível usar culturas destinadas à alimentação para o fabrico de biocombustíveis.
Este tempo de espera vai também possibilitar o desenvolvimento de novas tecnologias que consigam extrair biocombustíveis de desperdícios alimentares, como por exemplo, da barba de milho ou da folha da bananeira, e não dos alimentos que são essenciais para as populações. Assim, previne-se mais um aumento assustador do número de pessoas com fome no mundo que já vai em… 854 milhões…
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