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sexta-feira, setembro 21, 2007

A injustiça perante Madre Teresa de Calcutá...

Na última viagem que fiz, a Salzburg, no voo da Luftansa, distribuíram as revistas Times e Newsweek. Aproveitei e li as revistas de fio a pavio.
Houve uma notícia que me chamou a atenção e que não sei se chegou cá a Portugal. Como estive aqueles dias fora… não vi noticiários portuguesas…
Ora, pelo que consta, a Madre Teresa de Calcutá correspondeu-se por carta, durante vários anos, com pessoas ligadas à igreja, como bispos, padres, cardeais, etc, de vários países. Dizia ela que as cartas funcionavam como confissões e que a ajudavam a ultrapassar as dúvidas e angústias que se apoderavam da sua alma.
Pedia, também nessas cartas, que os destinatários, após leitura, destruíssem as cartas, pois eram um resultado de confissão e, se caíssem nas mãos erradas, as suas palavras poderiam sair destorcidas da realidade. Mas, sublinho, eram feitas em segredo de confissão, por isso nem necessitavam de outra qualquer justificação.
Mas, o ser humano não resiste, nem mesmo o clero, e passados 10 anos, toca de publicarem as cartas em formato de livro para que todo o mundo possa agora conhecer quais foram as angústias de Madre Teresa de Calcutá. Para além disso, e como é costume, começaram a fazer dissertações sobre o assunto e já começam a levantar a hipótese de que esta devota tinha muitas dúvidas relativamente à sua crença em Deus, e relativamente à sua existência. Como não li o livro, nem o vou comprar porque não é uma matéria que me interesse muito, mas principalmente, porque iria alimentar estes movimentos descarados de falta de respeito, não sei quais eram as suas dúvidas ou angústias.
Apenas escrevo este texto porque acho uma tremenda falta de respeito para com o ser humano esta exploração de bens pessoais, ou da própria pessoa, com fins de auferir dinheiro e poder. Já começamos a estar acostumados a este tipo de intervenções e agora mais esta para adicionar ao role de medidas inimagináveis cometidas, ao longo dos tempos, pela igreja, sobrepondo-se a todos os valores que “defendem”.