Até amanhã, camarada...
E foi às 10h desta manhã que levei um choque tremendo... já estava à espera de uma notícias destas a qualquer instante mas, mais uma vez, apanhou-me de surpresa...
Aquele personagem enigmático que me acompanhou desde a infância, com as suas magnânimes sobrancelhas, o seu sorriso secreto e muito afável… O grisalho do cabelo… são recordações que nunca mais perderei.
Álvaro Barreirinhas Cunhal, morreu hoje aos 91 anos.
E ainda ontem, no jornal Público, logo na 2ª página, vinha uma descrição das negociações da entrada de Portugal na CEE, e da difícil negociação da parte das pescas. O responsável por essas negociações, ministro de Mário Soares, sempre que não sabia como mais argumentar a favor de Portugal, recorria ao Dr. Álvaro Cunhal… Palavras dele… São pormenores de maior importância que são esquecidos por uns e apagados por outros… Mas em mim, ninguém o apaga…
Aqui deixo um dos seus desenhos, um dos meus favoritos, e com o qual cresci...
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Eugénio de Andrade
E, como uma má notícia nunca vem só, Eugénio de Andrade seguiu Álvaro…
Aqui fica um dos seus magníficos poemas.
TENHO O NOME DE UMA FLOR
Tenho o nome de uma flor
quando me chamas.
Quando me tocas,
nem eu sei
se sou água, rapariga,
ou algum pomar que atravessei.
in «As Mãos e os Frutos», 1948
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