25 de Abril!
Todos os anos, neste dia, ouço as coisas mais espantosas que nunca esperei ouvir... Aliás, começou logo ontem... Um jornalista pergunta, à porta de uma escola, se uma jovem menina sabe o que representa o feriado que aí se avizinha.
A jovem, que de repente virou gaga, responde que o 25 de Abril representa a independência de Portugal… lá vai deixando mais umas dicas, que não era bem independência, mas sim liberdade, mas não deixou escapar mais nada. Outra, lá foi tentando falar na falta de liberdade de expressão, saindo-lhe a boca quase para um “Hitler”, mas depois voltou atrás e lá corrigiu para “Salazar”.
Todos os anos voltam a perguntar aos alunos das EB 2,3 se no dia anterior ao dia 25, lhes é fornecida alguma informação na escola sobre este dia, se a matéria engloba alguma explicação sobre este dia… mas nada, a resposta é sempre a mesma, “Não, não falámos”.
Ora a mim nada disto me espanta. Já no meu tempo de estudante (nada de gozar com a expressão “no meu tempo”…), nunca nos foi referido qualquer apontamento sobre o que se passou no 25 de Abril. Não sei se fazia ou não parte do plano escolar ou se, simplesmente, nunca lá chegávamos…
Mas não foi por isso que não aprendi durante a minha criancice e juventude o que era e o que representava o 25 de Abril, a famosa “Revolução dos Cravos”. E estes ensinamentos foram dados pelos meus pais, pelos meus avós, que me contavam e delineavam episódios da história onde, muitas vezes, eram os intervenientes. O que passaram antes deste dia, as reuniões clandestinas no sótão de casa do meu avô…
Por isso, a não informação destes jovens não é culpa dos professores… pelo menos totalmente. Claro que numa aula de História, um professor poderia fazer um parágrafo na matéria e dar a conhecer aos alunos a história do 25 de Abril. Mas, na minha opinião, e mais uma vez, os pais estão a empurrar a educação dos filhos para os professores. Estão a demarcar-se de todos os seus deveres de educadores e formadores e passam a pasta aos professores que, para além de formar, têm que educar (numa grande parte!!!).
Por isso, não se esqueçam, comecem a contar histórias aos vossos filhos, primos sobrinhos ou só amigos, verdadeiras ou imaginárias…
Quem não gosta de ouvir um conto?
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